terça-feira, 17 de julho de 2012
quarta-feira, 4 de julho de 2012
A Cena em Sergipe. NAPALM.
Hoje vou postar uma narrativa/versão histórica sobre a cena punk/rock de Sergipe. O texto foi retirado do zineblog: http://programaderock.blogspot.com.br/?view=flipcard do blogueiro Napalm.
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Dossiê Rock Sergipano
ATENÇÃO: VERSÃO REVISTA E AMPLIADA – Este texto já foi publicado, de forma embrionária, em alguns fanzines e sites da internet. A versão que posto agora é revista e ampliada, portanto recomendo uma nova leitura mesmo aos que já o fizeram anteriormente, caso ainda tenham interesse pelo assunto, evidentemente. Gostaria de ressaltar, também, que trata-se de um texto “gonzo”, ou seja, se baseia, principalmente, em minhas memórias e nas memórias de gente que eu ouvi e/ou entrevistei informalmente ao longo dos anos. Em outras palavras: é a MINHA versão dos fatos, portanto não é, necessariamente, a VERDADEIRA versão (se é que ela existe). Fique livre para contestar e/ou reclamar de qualquer trecho que julgue impreciso ou que, sobre o qual, tenha uma outra visão, através do espaço de comentários deste Blog, que está aberto a todos e com a utilização facilitada, sendo permitidas, inclusive, as famigeradas postagens “anônimas”.
por Adelvan Kenobi
Capítulo 01 - A PRIMEIRA “GIG” A GENTE NUNCA ESQUECE!






A zoeira começou e as bandas iam se sucedendo naquele velho espírito “do it yourself” que na época era absolutamente novo para mim: os carinhas que estavam pogando no show de uma banda de repente subiam no palco, empunhavam os mesmos instrumentos e começavam a tocar. Jesus Bastardus realmente berrou gatos e cachorros contra os bangers, o que me deixou meio assustado, mas a hora de maior tensão mesmo foi quando estava se apresentando a “Bandeira de Combate”, uma lendária banda skin/oi de Salvador – a policia invadiu o recinto de armas em punho e rolou uma revista, mulheres para um lado, homens pro outro, mas felizmente nada comprometedor foi encontrado e o show pôde continuar. Tocaram ainda Leprozario de Maceió, Azilo Militar, uma banda de Alagoinhas, interior da Bahia, que tinha como peculiaridade um
baixista, Jr., filiado e militante de PT, fato raro até hoje nas hostes punk, dominadas pela ideologia anarquista, e as sergipanas Forcas Armadas, Logorreia (banda paralela de Sylvio, acho q foi meu primeiro contato com algo parecido com o grind core, uma barulheira infernal ) e a Karne Krua. Karne Krua foi a que mais me impressionou, pois eu era fã do Cólera e Inocentes a Karne era do mesmo nível, senão melhor.

A noite acabou sem problemas e nós voltamos a pé para a rodoviária, não sem antes presenciar a imagem dantesca de um mendigo velhinho ensangüentado depois de ter sido agredido por vândalos (pra quem pensa que violência urbana é exclusividade dos dias atuais). Na rodoviária encontramos os caras de Alagoinhas e pudemos trocar algumas impressões “interioranas” sobre o evento, que eu sabia que seria um marco em minha vida: de alguma forma era o que eu queria para mim e iria encontrar um meio de me envolver com aquilo. Não deu outra: O terceiro Festcore (de um total de 5 edições) eu ajudei a organizar junto com Sylvio e uma garota que hoje é militante da Igreja Universal do Reino de Deus e marcou a estréia do Câmbio Negro HC, de Recife, em terras sergipanas.
4.1 – Punk rock Hard Core sabe onde é que faz ...
A Karne Krua tem uma qualidade rara nos dias de hoje: a perseverança. A saga da banda continuou anos 90 adentro, virando sua primeira década e o que é mais impressionante: sem nunca parar! Depois de centenas de fitas demo distribuídas incansavelmente via correio por todo o Brasil, já estava na hora deles terem um registro sonoro decente, de preferência no bom e velho (nem tão velho, na época) vinil. Na verdade eles já haviam tido essa oportunidade quando foram convidados a participar de uma coletênea chamada ‘Ronda Alternativa”, lançada por um programa de Rádio de São Paulo e que contava com ícones do cancioneiro underground de todo o país, mas por uma série de motivos, não entraram. O
baterista Almada, por sinal, destilava um impressionante radicalismo que o fez publicar uma matéria certa feita no zine Buracaju criticando as bandas que lançavam discos em vinil, acusando-as de se vender ao sistema ao abandonarem o esquema das fitas-demo, já que as bolachinhas negras eram fabricadas por multinacionais (e as fitas k7, não?). Talvez tenha sido esse um dos motivos pelo qual a Karne Krua tenha se empenhado na participação de uma coletânea apenas quando passou pela sua maior e mais traumática mudança de formação, quando saíram o guitarrista Marcelo e o batera Tony, entrando em seus respectivos lugares Fabio e Valdeleno. Uniram-se a alguns ícones do underground nordestino, como Devotos do Ódio, de Pernambuco, e Discarga Violenta, de Natal, mais o Delinqüentes, de Belém do Pará, e lançaram o projeto “Cooperativa do Caos”, com o objetivo de viabilizar uma coletânea 100% independente, como o próprio nome sugere. O disco foi aguardado por muito tempo, mas não saiu: algumas bandas furaram o acordo e acabou seguindo cada um seu caminho. A Discarga lançou sua parte das gravações (todas feitas em Recife) em forma de compacto, o hoje “clássico” “COSMOPOLITA”, e a Karne lançou uma de suas mais badaladas demo-tapes, “SUICÍDIO”. E seguiu tocando onde desse, em Aracaju e nas cidades vizinhas. Tocaram em Maceió e em Recife, este último num show histórico, com a participação de Pedrito, do Câmbio Negro, na guitarra (Fabio, o guitarrista “oficial”, não pôde viajar).



Silvio continuava investindo em projetos paralelos, como o ETC, A Casca Grossa e a Words Guerrilla. ETC era uma banda barulhenta e pornográfica, feita com o principal intuito de ir de encontro ao patrulhamento ideológico punk que era forte na época e enchia o saco com uma série de regrinhas que não podiam ser quebradas. A ETC quebrava todas. Fazia musica sobre o que desse na telha, de uma descrição de uma cagada à exaltação da rapadura, além de muita putaria. Beirava o sexismo, realmente, mas a intenção original era ir de encontro ao falso moralismo. Eu sei disso porque eu também fiz parte da banda – gravei, inclusive, a segunda demo-tape, a antológica “Greatest Hits live”. Já A Casca Grossa era uma espécie de volta às origens do punk, numa época em que a Karne Krua estava bastante influenciada por influências “externas”, como a musica regional. Foi um projeto de Silvio com 3 figuras “das antigas” que não durou muito. Em seu lugar surgiu a Words Guerrilla, com uma interessante proposta de fazer hardcore com um sotaque latino, inclusive com letras em castelhano. Sua primeira demo, “La Fuerza”, marcou época.

Havia também, nos anos 90, uma galera mais radical e envolvida com o movimento anarquista que sempre estava montando bandas, geralmente de curta duração – As mais conhecidas eram Plasma, olho por olho e Putrefação Humana. A PH foi criada originalmente pelo falecido Ricardo “Core”, em Penedo, remontada em Itabaiana e adotada por Cícero Mago, Salsichão e, mais tarde, Ulisses - que era egresso de uma outra banda grind, esta já da segunda metade da década, a Cicatriz. O Olho por Olho se definia como “uma banda de grindnoisecore” e foi fundada em 1991 por Xavier (guitarra), Marcelo Prata (vocal) e Paulo (bateria). Já com outro baterista, Chico, fizeram seu primeiro show naquele mesmo ano, num evento chamado “SUBNUTRIÇÃO” ao lado das bandas Cleptomania, Camboja, Refugo de Belsen, Alucinoise Alucinógena, Anal Putrefaction e Logorreia. No ano seguinte lançam sua primeira demo-ensaio, “à beira do caos” e segue tocando. Deram uma longa parada e voltam em 2002 com uma nova demo, “deserto”. Seguem tocando esporadicamente até hoje.

E havia Cabelo, sempre inquieto, sempre participando ou montando, ele mesmo, suas bandas – caso da Los Repugnantes. Já mais para o final da década ele enveredou pelo mundo do indie rock “low profile” com o projeto HWH – Hair Without Head.
4.2 – Os shows
Os shows, os memoráveis shows da virada da década de 80 para a de 90 ! A precariedade era a mesma, mas os abnegados “promotores” já eram outros, com um gás novo e uma vontade incrível de ver as coisas acontecerem. Foi por essa época que comecei minha “militância” propriamente dita como “agitador cultural”. Junto com Sylvio e uma garota que andava com os punks ajudei a organizar o III FESTCORE DE ARACAJU. Cheguei inclusive a investir a grana que estava guardando para comprar uma bateria e montar minha própria banda (um sonho que acalentava há tempos) no pagamento adiantado da aparelhagem de som. Não tivemos lucro, mas conseguimos recuperar o dinheiro investido, o que foi uma grande vitória. O evento foi super-problemático, mudou de datas algumas vezes e acabou sendo realizado num dia e horário extremamente inusitados, um domingo, por volta das 11:00 da manhã, no Auditório Lourival Batista. Mesmo assim atraiu um bom publico, não apenas da cidade, mas também de cidades vizinhas, como Salvador e Recife.

Nesse dia descobri, literalmente o “peso” de uma boa aparelhagem de som, pois tivemos que ajudar no trabalho de montagem do equipamento, eu e Sylvio, para diminuir o atraso. Mas o festival começou, valeu o esforço e todos foram felizes. Bom, nem todos: num determinado momento, a Diretora do Auditório sobe ao palco e pede o microfone para reclamar que alguém havia defecado na parte superior do Auditório. Para que o evento prosseguisse, literalmente, “a merda teria que ser limpada”, e lá se foram os produtores, Sylvio e Ivânia, limpar cocô (felizmente eu estava ausente naquele momento e não fui convocado para a ingrata tarefa). Câmbio Negro tocou com o guitarrista da banda Cérbero, também recifense, e que também se apresentou no evento, substituindo Pedrito, que não pôde vir, na guitarra. Tivemos ainda Subversivos, de Alagoinhas, Bahia, e bandas locais de estilos diversos como Karne Krua, Deuteronômio e Refugos de Belsen.

Tive um reencontro com eles num trágico gig no conjunto Santos Dumont. A imagem do show bombástico que eu havia visto no II Festcore ainda estava fresca em minha mente. A caminho do evento, de ônibus, ainda fui exortado a desistir da empreitada por alguns conhecidos que eu havia encontrado por acaso, e que me alertaram: “show de rock, essa hora da noite, no Santos Dumont ? Se eu fosse você, desistia e voltava pra casa.” O Bairro tinha fama de violento, fama essa que se confirmou no final da gig, quando os “roqueiros” foram abordados por um grupo de “Brown” (como eram chamados os malucos “axé” por aqui e em Salvador) armados. Houve disparos, que atingiram Irani, irmã de Ivânia e, na época, baterista das Sub-suburbanas. Foi quando saiu da boca de “Esgoto”, um punk soteropolitano que andava muito por estas plagas, o seguinte comentário: “Porra, Aracaju ta ficando massa, tem até tiroteio”. Eu, por sorte, tinha saído um pouco antes, para não perder o ônibus, mesmo perdendo a esperada apresentação da banda de grindcore CAMBOJA, então com Jamson Madureira na bateria, Fúria no vocal e Sérgio na guitarra. Eu havia travado contato com eles algum tempo antes, num evento realizado num barzinho bacana chamado Zero Grau que funcionava na Praia 13 de Julho, junto com a Anal Putrefaction, e havia gostado muito. Também tinha visto alguns desenhos que o baterista, Madureira, havia feito para o logotipo da banda, e achei muito bons, chegando inclusive a publicá-los na primeira edição do meu novo zine, ESCARRO NAPALM, saudando-os como a maior promessa do então efervescente underground sergipano. Lembro que comentei que havia gostado do nome para o vocalista, Fúria, perguntei quem havia batizado e se era uma homenagem à guerra do Camboja. Ele disse que tinha sido o baterista, mas que ele só sabia que era um lugar onde morreu um monte de gente, no que, por sinal, estava certo, diga-se de passagem.


Foi lá também, no Espaço 799, que aconteceu a equivocada primeira vinda do Eddie, seminal formação pré-mangue beat do Recife, em Aracaju. Tocaram para um publico totalmente “nada a ver”, repleto de punks e metaleiros que não absorveram a proposta musical da banda, ainda calcada no rock garageiro porém já distante do que o povo do rock estava acostumado a ouvir. Ainda lembro da pagação de Roger (depois Bomsucesso Samba Clube) no microfone, falando pra galera que eles deveriam abrir mais a mente para outros sons e parar de ficar ouvindo só Iron Maiden, até ser interrompido por Fabio Trummer, que parecia estar mais interessado em terminar o show e dar o fora dali.

Muito mais raramente aconteciam shows também no interior. O primeiro foi em Itabaiana, com a “nata” da cena punk underground local, karne Krua, ETC, Cleptomania e outras. Foi na Sede dos Trabalhadores, clube que algum tempo depois recebeu a banda crossover REALIDADE EMCOBERTA do Recife, numa miniturnê pelo interior sergipano acompanhada da Anal Putrefaction. Em Estância aconteceu o TÚNEL METAL, com o THE CROSS, de Salvador, que acabou gerando uma confusão e a interrupção do evento, para desconsolo das bandas que iriam tocar na sequencia. Alguns shows foram feitos também em Carira, sertão sergipano, o que gerou uma violenta repressão aos mirrados roqueiros locais por parte da tradicionalmente truculenta “autoridade” policial, que os acusava de levar um bando de maconheiros de Aracaju para perturbar a paz publica e perverter a juventude da cidade.

Por falar em Ricardo Sá, lembro que a Karne Krua, durante um bom tempo, ficou proibida de tocar em seu som já que Silvia havia, segundo ele, quebrado um de seus microfones (ele nega). Para driblar a proibição chegaram a tocar, numa ocasião, com o nome de “Silvio e sua banda suburbana”.
Houve também um grande show que não houve: Plebe Rude, no Ginásio de Esportes Constâncio Vieira. Foi anunciado, teria a abertura da karne krua, mas uma súbita proibição de entrada de menores de idade, aliada a uma repressãozinha policial básica na entrada, tomando coturnos e gandolas do público, inviabilizou o evento.
4.8 – Fanzines
O movimento “fanzineiro” de Aracaju seguiu firme e cresceu muito nos anos 90. Sylvio, da karne Krua, continuava publicando periodicamente seu clássico “Buracaju”, mas desta vez já não navegava mais sozinho pelos mares da troca de papel xerocado. Em 1991 em comecei a publicar meu zine de maior repercussão e que me trouxe muitas amizades e oprtunidades de viagens pelo Brasil, o Escarro Napalm. A primeira edição foi tosca e ainda com aquele clima meio adolescente, apesar de eu já estar na casa dos 20 anos. A capa fui eu mesmo que fiz. Já a segunda edição publiquei em conjunto com o Buracaju de Silvio – foi uma iniciativa inédita e ousada para a época, não me lembro de nenhum outro exemplo de dois fanzines lançados em conjunto numa mesma edição. A temática começou a ser menos politicamente correta e mais escrota, pornográfica até, o que irritou muitos punks que passaram a nos acusar, principalmente a Silvio, que era uma espécie de referência dentro do “movimento”, de sexismo. Olhando agora de longe, não deixavam de ter uma certa razão, mas nossa intenção
era mais a de ir de encontro ao bom-mocismo e panfletarismo dos caga-regras de plantão. A partir da terceira edição já tinha um bom número de contatos pelo Brasil afora e pude contar com uma rede de colaboradores, especialmente na questão de arte gráfica propriamente dita, que era o meu ponto fraco. Tive a honra de ter em meu zine o trabalho de grandes artistas marginalizados do underground nacional, como Claudio MSN, Henry Jaepelt, Edgar S. Franco, Yuri Hermuche e Joacy Jamys. O ponto alto desta trajetória foi o convite que me foi feito para participar de um importante festival independente promovido pela prefeitura municipal de Belo Horizonte, Minas Gerais, em 1994, para onde fui com passagem e hospedagem pagas para participar de um seminário sobre fanzines e onde pude conhecer pessoalmente uma boa parte de meus amigos de correspondência. Foi meu momento “rockstar”, do tipo tomar chá com torradas no café da manhã com os caras do Fugazi e tentar desviar da guerra de comida promovida pelos então moleques metaleiros do Anathema durante o almoço. Inesquecível. Silvio ampliou seu leque de publicações com o Microfonia, dedicado exclusivamente à divulgação de bandas, e o Ultralibido, mais voltado para a sacanagem propriamente dita, deixando o Buracaju meio de lado. Publicava também um informativo chamado A BOMBA, com uma folha oficio em 3 dobras, e o CANAL DIRETO, dedicado exclusivamente a notícias sobre a Karne Krua.

Ainda na década de 90 um grupo de punks se juntou e publicou, com uma qualidade gráfica razoável e uma periodicidade exemplarmente regular, o informativo HUMANISMO, um pequeno órgão de divulgação anarquista. Os textos eram excessivamente rasos e panfletários, mas era válido pela dedicação a uma boa intenção. Além do Humanismo a galera mais punk costumava lançar alguns fanzines que não costumavam passar da primeira ou, no máximo, segunda edição. E haviam as publicações mais exprimentais, usando e abusando de colagens de imagens e fotos, como o EXPRESSÃO MUDA, de Cícero Mago, e os fanzines de Fúria. Jamson Madureira era colaborador contumaz de todos com suas belíssimas ilustrações e passou a publicar seus próprios fanzines de quadrinhos no final da década, chegando a criar um personagem própria, Automazo, sempre envolvido em situações marginais regadas a sexo, drogas e alucinações e banhadas num texto imerso em surrealismo.

Mas o melhor fanzine sergipano da década e provavelmente de todos os tempos foi o CABRUNCO, editado por Adolfo Sá (hoje blogueiro) em parceria com Rafael jr. e Márcio “de Dona Litinha”, que na época tinha uma banda chamada MILLER BABES (responsável pelo primeiro show do Pato Fu em Aracaju, no extinto Batata quente da Orla de Atalaia) e atualmente é cantor e zabumbeiro da Naurêa. Começou timidamente, numa edição fininha porém com uma já bela e provocativa arte de capa desenhada por Eduardo Oliveira, outro grande talento local pouco conhecido. A publicação foi ganhando corpo e conteúdo com o tempo até chegar a um nível de excelência nunca antes visto por aqui. Os textos de Adolfo Sá eram excelentes e bastante sinceros, inclusive nas resenhas de shows que fazia, o que o tornou alvo da fúria de alguns egos machucados, culminando com um célebre quebra pau na frente do Cotinguiba, quando um dos artistas criticados foi tomar satisfação e, ao receber uma resposta igualmente sincera e direta como resposta, reagiu com chutes e pontapés. Já Rafael jr, que era encarregado das resenhas de discos, pegava mais leve e tinha mais jogo de cintura. Marcio, que é também professor de Redação, fazia uma interessante sessão de literatura. O Cabrunco teve grande repercussão nacional, com direito a resenha elogiosa na Folha de São Paulo, e até hoje é citado como uma das grandes publicações alternativas do Brasil, ao lado de nomes como PAPAKAPIKA, PANACEA E MASTURBAÇÃO, IOGURTE E ROCK AND ROLL.
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