Todo regime ditatorial precisa de um órgão de propaganda que trabalhe positivamente a sua imagem perante uma sociedade dominada, como no Ministério da Verdade do livro 1984.
No Brasil, a Agência Nacional estava ligada a produção e circulação de notícias, primeiramente com Vargas e depois com o Regime Militar, que evidentemente não produziriam notícias que sujassem a imagem dos seus representantes.
No vídeo sobre Campina Grande, temos um exemplo perfeito dessa produção da realidade. O vídeo constrói a imagem de uma cidade promissora, moderna e industrializada, onde o progresso se instalava juntamente com empresas vindas de outros estados. Enquanto isso, as forças repressivas cuidavam da parte prática deste projeto de modernização: torturas, censura e perseguições.
A mensagem no início do vídeo é clara: O nordeste não precisa ser pobre e o exemplo disso é Campina Grande com suas indústrias e a sadia mentalidade empresarial de seu povo sertanejo.
Cabe lembrar que o ano era 1966. A ditadura militar já havia promulgado 4 atos institucionais no governo de CASTELO BRANCO, reprimindo a imprensa, perseguindo organizações e pessoas consideradas nocivas a pátria, principalmente após o atentado a bomba em 1966, no Aeroporto dos Guararapes de Recife, que tinha como objetivo eliminar o futuro ditador, o Marechal Costa e Silva.
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