PUNK na Àfrica do Sul!
Fonte:http://screamyell.com.br/site/2014/07/30/o-punk-que-sobreviveu-a-segregacao/
O Punk que sobreviveu à segregação
O Apartheid, (estado de separação em africano) foi implantado na África do Sul nas eleições de 1948 pelo Partido Nacional, liderado por Daniel François Malan, um clérigo da Igreja Reformada Holandesa, e foi um dos maiores regimes de segregação racial no mundo por longos 46 anos.
Nessa época, a discriminação racial já era uma realidade e grande parte dos 2,5 milhões de sul-africanos brancos queria segregar o país entre “brancos” e “não brancos”, o que levou o governo a classificar os habitantes em quatro grupos (“brancos”, “negros”, “de cor” e “indianos”) e criar inúmeras privações, como o casamento entre duas pessoas de raças diferentes, que era ilegal. Praias, praças, ônibus e serviços públicos como educação e saúde foram segregados e os que eram oferecidos aos negros tinham qualidade muito inferior àqueles prestados aos brancos.
As divisões se sucederam e inúmeras leis deste tipo eram criadas, tornando a vida, principalmente dos negros, cada vez mais difícil. Até o fim do Apartheid no país em 1994, cerca de 300 leis foram criadas com esse propósito. A resistência veio e a música não poderia ficar de fora. É difícil imaginar que com tanta opressão e violência tomando o país pudesse haver alguém com colhões suficientes para fazer música de protesto, mas muitas bandas punks surgiram na metade da década de 1970 e começo dos anos 80 na África e entraram em uma batalha contra as infinitas restrições impostas, de forma que o “Faça você mesmo” (DIY) talvez fosse o único caminho a ser seguido.Liderada por Ivan Kaye, juntamente com os irmãos Gary e Punka Khoza na “cozinha” e o guitarrista Steve Moni, a banda foi formada em Joanesburgo por volta de 1977, e, apesar de ter durado poucos anos, deixou sua marca para a história da música africana. O National Wake foi a primeira banda multirracial da África, o que já é notável tendo em vista a situação imposta pelo governo racista da época. Isso já bastava para “insultar” as autoridades e a banda sofreu inúmeras perseguições da polícia, que fazia batidas frequentes na casa onde os integrantes moravam.
Mesmo assim, o quarteto desafiou as leis raciais tocando em diversos pequenos clubes e universidades até conseguir prensar 700 cópias do que seria seu único LP “(Self Titled)”, de 1981. Uma das músicas que acabou se tornando mais conhecida foi “International News”, que criticava a censura na imprensa sul-africana e o controle da informação pelo governo, mais especificamente o envio de tropas para Angola.
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