quinta-feira, 21 de junho de 2018

VZYADOQ MOE - Ápice (1988)

       O grupo surgiu em 1986, na improvável cidade de Sorocaba, interior de São Paulo, a "Manchester paulista". O nome do grupo já mostrava o quão original era: as letras foram sortedas e no final saiu algo "vzyadoqmof". 

       O grupo resolveu deixá-la mais palatável, criando o Vzyadoq Moe e era formado por meninos com idade entre 15 e 17 anos: Fausto Marthe (voz e letras); Marcelo Raymond (guitarra), Marcos Stefafeni "Peroba" (bateria e percussão), Edgard Degas (baixo) e Jacksan Moreira (guitarra).



      O som do Moe era derivativo, por vezes, de baluartes dos anos 70 e 80, como o Pere Ubu, Joy Division, PiL, e bandas industriais, como o alemão Einstürzende Neubauten. A bateria era formada por latas, pedaços de metal, chapas de zinco, e produziam um som hipnótico e perto do violento. As composições eram feitas de maneiras livres: "'Não existe lei. Às vezes o baixo faz a linha da guitarra, a guitarra marca o ritmo e a bateria define a melodia", falava Marcelo "Peroba", dono da garagem onde rolaram os primeiros ensaios.

       O grupo impressionava ao vivo pela violência e carisma em cima do palco, além do som incomum por esses lados. Seduzido por isso, o selo independente Wop-Bop ofereceu-lhes um contrato para a produção de um LP próprio. O produtor escolhido era o jornalista José Augusto Lemos, músico independente do grupo Chance.


    Em 1988 é lançado O Ápice, disco que chamou a atenção de críticos no Brasil e no exterior, embora a produção não tenha sido das mais primorosas, tecnicamente falando. René Ferri, um dos sócios e dono da Wop-Bop, lembra dos problemas:


 "O disco do Vzyadoq Moe nos deu a idéia completa do que é editar um retumbante fracasso. A gravação se deu no velho e superadíssimo Estúdio Eldorado, sei lá por que motivo. Acho que os músicos não levaram muito a sério o trabalho. A banda devia ser um brinquedo para eles. O corte do disco na RCA saiu ruim e ninguém percebeu ou fez que não percebeu. Conseguimos vender menos de 300 cópias. Foi o disco que mais divulgamos e o que menos deu retorno. Um fracasso completo."

FONTE: http://www.beatrix.pro.br/mofo/vzyadoq.htm 

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