Já nos primeiros registros fonográficos do Brasil, na década de 1900, a corrupção dos políticos era tema de música. Aqui temos um desafio entre Bahiano e Cadete, artistas da primeira gravadora do Brasil, a Casa Edison. Nessa música temos a representação de uma tentativa de troca de votos. Perfeita sátira dos tempos dos antigos "coroné".
CABALA ELEITORAL
Com grande satisfação
De ter o vosso votinho
Na próxima eleição
Não posso, meu coroné,
O (voto) de graça eu não dou
É breve lição do meu pai
Conselho do meu avô
Eu prometo meu amigo
De lhe dar colocação
Se vancê votar comigo
Ao menos nesta eleição
Tem algo (?) essa paciência,
Meu ladino coroné,
Meu voto eu dou de espontâneo
A quem quer que me faça o pé
Eu vos dou terno de roupa
Dou cavalo, dou terneiro
Em troca do vosso voto
Dou até mesmo dinheiro
Já tenho calo na sola
Meu ladino coroné,
Hoje você me dá tudo
Amanhã me mete o pé
Eu vos quero muito bem
Meu caro eleitor amigo
Não seja tão emperrado
Venha cá votar comigo
Vai armar pra quem quiser,
Coroné, sua arapuca
Eu cá sou macaco velho
Não meto a mão na cumbuca”
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